terça-feira, 21 de novembro de 2017



As Lutas Do Movimento Feminista No Séc. XX E Seus Efeitos No Século XXI.


                                                                                       [1]Aline De Souza Dos Santos
Andreza Estrela Ribeiro Lopes
Iara Santos De Souza
Isabelle Dos Santos Borges
Izabela Nariele da Silva Pereira
Lucas Fernando de Souza Cerqueira
Maisa Melo De Santana
Maria Eduarda De Jesus Silva
Thailah Emanuelle Da Silva Gomes
Regina Dos Anjos Cardoso


Resumo: Neste presente trabalho iremos abordar sobre as realidades que abrangem o feminismo, englobando descrições de como esse movimento se difundiu no exterior e no Brasil, salientando aspectos relevantes acerca desse tema, incluindo as mudanças oriundas do feminismo que se manifestam em diversos setores da sociedade, considerando também de extrema importância o tipo de feminismo encabeçado pelas negras.


ABSTRACT: In this paper we will discuss the realities that encompass feminism, encompassing descriptions of how this movement spread abroad and in Brazil, highlighting relevant aspects on this theme, including the changes that have emerged from feminism that are manifested in several sectors of society, considering also of extreme importance the kind of feminism headed by the blacks.


Palavras-chaves: Conquistas ;Igualdade ;Direitos;  Progressos; Reivindicações.


O feminismo é o movimento social que tem por objetivo a igualdade de direitos e deveres entre os gêneros, fazendo com que as mulheres tenham participação na sociedade tanto quanto os homens.
O movimento feminista inicia durante a revolução Francesa, quando a França passa por uma situação complicada no sistema político, e isso fez com que movimento feminista se fortificasse  gerando um impulsionamento, questionando o papel da mulher durante aquele presente momento, nas situações tanto políticas, social, econômica, educacional, jurídica, familiar. O movimento feminista durante essa fase da Revolução Francesa lutava pela desapropriação da mulher e seus filhos como objetos dos homens na sociedade. A mulher durante essa época, não tinha direitos e não tinha nenhum papel além do de doméstica.

Movimento feminista no contexto mundial

Em 1848, após o crescimento do sistema capitalista, os donos das fábricas buscavam por mão de obra barata. Homens, mulheres e crianças eram usados para o crescimento e riqueza dos donos das grandes indústrias.  Os donos das fábricas alegavam que as mulheres deveriam receber menos do que recebiam por conta da possibilidade que as mulheres têm de engravidar. As mulheres que trabalhavam nas fábricas recebiam um terço do salário que os homens receberiam naquela época. Muitos trabalhavam em troca de comida ou local para dormir.

Os trabalhadores trabalhavam cerca de 10 a 16 horas por dia. A mulher tinha uma tripla jornada de trabalho, pois além do trabalho formal, ainda tinha o trabalho domestico, com as tarefas domésticas, e ainda cuidavam dos seus filhos (naquela época não existiam outras alternativas educacionais para crianças, como a creche). As mulheres tinham que ter a permissão de seu marido para trabalhar e o pouco que recebiam tinham que entregar aos seus respectivos maridos.

As mulheres perceberam a injustiça que estava acontecendo, trabalhavam até 16 horas por dia, recebiam uma miséria e não tinham o direito de reclamar, e isso incentivou o movimento feminista. A diminuição da carga horária de trabalho, a possibilidade de votar, a igualdade jurídica e salários iguais aos gêneros se transformaram em motivos de reivindicações feministas.

No século XIX, em Nova York e no Reino Unido, as mulheres já estavam lutando pelo abolicionismo.  No início do século XX, com a Revolução Russa de 1917, a Finlândia concede o direito ao voto as mulheres em 1906, e em outros países.  No Brasil, o direito ao voto só é conquistado durante a Era Vargas, em 1932, depois de muitas reivindicações. Até 1965, apenas mulheres acima dos 30 anos e com certa condição financeira poderiam ter participação política, como o direito de votar e se candidatar.

No final do século XX, o movimento feminista buscava pelo fim da desigualdade entre os sexos e a descriminalização contra as mulheres, que começaram a resolver conflitos internos, falhas que foram deixadas e que existem desde o início do movimento (como o fato do movimento feminista ser impulsionado desde a primeira onda por mulheres brancas de classe média alta da sociedade)  excluindo as mulheres negras que foram pouco inseridas no movimento durante as lutas do movimento feminista.

O próprio questionamento do movimento fez com que as mulheres negras se destacassem nesse meio e colocassem em questão a diferença que existe em diferentes condições sociais e étnicas. Esses novos questionamentos internos fizeram com que o movimento feminista se modificasse e surgisse novas ideias e estratégias.

No início da década de 1990, o movimento em questão lutava pela libertação das mulheres. Elas denunciavam a existência de uma opressão machista que sempre prevaleceu na sociedade, e que afetava mulheres sejam de diferentes classes, culturais etc. Elas mostram que apesar da conquista dos direitos (tanto jurídicos, políticos quanto econômicos) ainda era eminente a opressão existente. O movimento feminista consegue mostrar que a desigualdade de gêneros masculino e feminino ainda é atuante, e nota-se a ideia de inferioridade.

Impulsionado pela criação dos métodos contraceptivos, o feminismo incentiva as mulheres na questão da liberdade do corpo feminino, da estética, da escolha de vida maternal e em relação ao sexo. Podemos observar que muito antes do movimento há a falta de questionamento em relação ao papel da mulher na sociedade. Também observa-se a submissão que a mulher teve ao homem durante muito tempo, e essas opressões fizeram com que fossem encorajadas a cada vez mais a reivindicarem contra essa sociedade machista.

Movimento Feminista No Brasil

Surgiu no Brasil durante o século XIX, com o intuito de identificar e denunciar discriminações e a desigualdade que aflige a mulher brasileira que luta por igualdade social, política e econômica. Durante vários séculos as mulheres eram submetidas aos deveres e atividades do lar e eram consideradas posse de seu pai na infância e de seu marido após o casamento.

Com passar do tempo as mulheres sentiram necessidade de tornar-se independente em diversas situações. Na nação brasileira, no século XX o feminismo foi marcado por diversas lutas e várias conquistas muito importantes para as mulheres, entre suas primeiras lutas está a tentativa de conseguir igualdade em ambos os sexos, a sua liberdade de poder estudar, e poder desempenhar um papel profissional remunerado. E entre essas lutas a do direito ao voto foi uma das mais importantes e significativas. Foi fundada em 1919 a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF) por Berta Lutz, considerada a precursora do feminismo brasileiro. Essa Federação lutava pelo direito ao voto e a independência da Mulher em relação à posse de seu esposo. Os primeiros Estados brasileiros a tornarem aceito o voto feminino foram Rio Grande do Norte e Minas Gerais.

O voto feminino foi adquirido durante o governo de Getúlio Vargas como já foi supracitado acima, que foi reconhecido através da Constituição de 1934. Durante os anos as mulheres ocupavam mais espaços aos poucos, de maneira vagarosa. Entre os anos de 1980 o feminismo procurou lutar contra violência às mulheres e no ano de 1985 foi criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM).

É importante ressaltar que a participação das mulheres na luta armada para combater a ditadura militar no Brasil foi de extrema importância, durante o regime foram formados vários grupos para o combate do mesmo e entre essas formações a presença da mulher foi de uma importância significativa, porém, essa participação não foi muito vista nos dias atuais.

O Feminismo Liderado Pelas Negras

O feminismo negro ficou famoso no Brasil no final da década de 70 e início da década de 80, que tinha como objetivo fazer as mulheres negras serem reconhecidas, já que o movimento feminista era somente ligado a brancas e na maioria das vezes de classe média, ou seja, não se aplicava a mulheres negras, já que elas eram apenas vistas como serventes de pessoas com tonalidades diferentes das delas. Nessa situação, o fato de terem pele negra era algo que condicionava um maltrato direcionado a elas e ainda por cima tinha um “agravante” o fato de pertencerem ao gênero feminino. Além de sofrerem opressão, por causa do seu gênero, também sofriam por causa da cor da sua pele, O feminismo negro, é uma das ideologias do feminismo, que diz que a opressão, é diferente em cada classe, o preconceito e opressão para uma mulher negra, é de uma certa forma diferente, o feminismo em si, luta pela igualdade, de que uma mulher possa fazer o mesmo que um homem, porém, mulheres negras, sempre foram tratadas como apenas objetos de trabalho, sempre foram usadas com objeto de trabalho e satisfação, então, mulheres atuantes no movimento feminista e o movimento antirracismo, decidiram que a opressão estava ligada ao racismo, então, existe varias formas de opressão pela identidade de gênero, o movimento feminista, é luta pela igualdade, porém não coincide completamente com a realidade de uma mulher negra, o feminismo negro luta pela liberdade para que uma mulher negra não seja vista, como um objeto sexual, que ela possa fazer suas próprias escolhas.

Sojourner Truth foi uma mulher negra escravizada, virou oradora e em um discurso numa convenção, Sojourner fala sobre ser negra e mulher.

 Aquele homem ali diz que é preciso ajudar as mulheres a subir numa carruagem, é preciso carregá-las quando atravessam um lamaçal e que devem ocupar sempre os melhores lugares. Nunca ninguém me ajuda a subir numa carruagem, a passar por cima da lama ou me cede o melhor lugar! E não sou uma mulher? (…) -[2]

Existem feministas brancas que acham que todas as mulheres, independente da cor são unidas, e não percebem que isso não é verdade. Não foi fácil haver um movimento feminista negro, já que no começo do feminismo ainda existia escravização, de certa forma, ainda existia, e ainda existe, o preconceito por causa da cor da pele, então, mesmo sendo mulheres, algumas feministas brancas, não aceitavam a ideia de que a opressão de gênero estava ligada ao racismo. O feminismo negro também é uma luta para igualar o seu lugar ao lugar das mulheres brancas, e com isso levanta questões sobre a representação da mulher na mídia, da mulher no mercado de trabalho, e a violência domestica e sexual, e outros casos de opressão, o fato de mulheres negras  lutam com tantas dificuldades para conquistarem igualdade, com outras pessoas do seu mesmo gênero é preocupante. Por sua vez, o movimento negro é social, e tem aquela organização que protagoniza as mulheres negras, e obviamente com o intuito de ter mais visibilidades às suas conquistas diárias, e pautas com o objetivo de reivindicar seus direitos. As lutas feministas foram cada vez mais se reerguendo e ganhando mais importância. Tivemos grandes mulheres negras que fizeram história.

Esse movimento negro tem um papel social muito importante para o Brasil e o mundo, a luta contra o machismo e racismo, luta das mulheres que sofre uma opressão e dominação masculina, buscam a igualdade de direitos justos entre as mulheres e os homens. O movimento feminista negro traz a reflexão sobre as diferenças entre as mulheres brancas e as negras, mostrando que as mulheres brancas também sofrem mas as negras têm um tem um preconceito a mais, que é sobre sua raça e cor, as diferenças se concretizam quando demonstra que nem todas as feministas são realmente iguais, se diferenciam para aquelas que vieram por exemplo da Periferia, de família de classe baixa ou média e de cabelos crespos ou não padronizados pela mídia, a mobilização das mulheres em vários outros movimentos sociais começa a partir desse período, uma crítica à forma como são tratadas.

O feminismo negro está defendendo uma compreensão mais matizada de como a opressão opera diante as mulheres negras. O desenvolvimento de definições adequadas do pensamento feminista negro enfrenta um complexo de relações entre a classificação biológica, a construção social de raça e gênero como categorias de análises, ideias compartilhadas por mulheres afro-americanas que proporcionam um ângulo de visão único sobre si, teorias que interpretam essas experiências como de feministas que amostram uma realidade das mulheres negras por aquelas que realmente vivem. A orientação sexual fornece outro fator muito importante. As lésbicas negras identificam a homofobia em geral e as questões de enfrentar e viver sendo lésbicas em uma comunidade homofóbica, buscando direito como o casamento civil e lutando contra o sexismo, machismo, racismo e homofobia.

Os reflexos causados pelo feminismo atingem vários campos da sociedade, como avanços em relação à criação de leis em prol da proteção das mulheres e punição mais severa dos agressores que por tanto tempo viveram protegidos pela sociedade que tinha uma postura arcaica, que geralmente se silenciava diante de circunstâncias em que um homem maltratava alguém do sexo oposto. No quadro de conquistas também estão incluídas o aumento nas oportunidades de emprego para as mulheres, condição que expressa um grande avanço se pensarmos que antes era algo inatingível uma mulher almejar desempenhar uma atividade profissional, o direito à decidir o que fazer ou não com o próprio corpo, questão que engloba decisões em relação à saúde, por exemplo o fato de poderem ter acesso a anticoncepcionais e a abortarem se for da vontade de quem está grávida. A aceitação por parte da sociedade acerca do que o movimento feminista conquistou passou de modo gradativo a se intensificar, por exemplo, ninguém considera um direito sem cabimento o que foi dado às mulheres que possibilitou a obtenção de alguma propriedade, como um imóvel, ou terra, algo que foge da realidade do passado, que proibia totalmente isso. Porém, ainda há aspectos que precisam ser efetivamente atingidos, ainda hoje existe discrepância em relação aos salários de homens e mulheres que estão no mesmo cargo e que têm a mesma instrução, nessa situação os homens permanecem ganhando mais. As lutas das feministas vai a fundo, tem o objetivo de neutralizar tudo e qualquer condição que transpareça superioridade masculina sobre as mulheres, se engajaram até a buscar acabar com a utilização de termos sexistas, como passar a designar mulheres de qualquer estado civil de “senhorita” e não apenas as solteiras. Também condenam a prática comum do uso de palavras do gênero masculino para designar algumas coisas que estejam escritas em ambos os gêneros, o porquê dessa inquietação por parte das feministas em relação à isso se dá porque acreditam que a linguagem está diretamente relacionada ao modo que se entende e vê a sociedade.

A aversão às ideologias feministas se dão por N motivos, um dos diz que o fato de as mulheres buscarem ter poder, pode acarretar  em um enfraquecimento na questão da educação moral, porém, é importante frisar que o papel de transmitir valores sócias aos jovens e crianças não deve ser incumbência apenas da mulher, ou seja, não deve ser única e exclusivamente cobrada essa função somente da mãe, e se houver alguma falha ao passar os ensinamentos morais, a responsabilidade deve ser atribuída tanto a mãe quanto ao pai. Ao tratar sobre religião, esse movimento causou efeitos marcantes, as mulheres podem agora ficar em algumas posições que antes não era possível, como por exemplo, no judaísmo abriu-se a possiblidade de mulheres serem feitas rabinas, e assim indicando a obtenção de progressos que seguem para a conquista da tão sonhada igualdade entre gêneros nesse quesito, mas o processo ainda tem que se desenvolver mais porque algumas religiões relutam em aceitarem mudanças, e permanecem sem autorizarem que mulheres ocupem papeis importadores na hierarquia, a imposição da cultura islã mesmo considera que mulheres não devem sequer ocupar papéis relevantes em relação à religião, a tradição islâmica é muito delicada se pensarmos como um todo, no século XXI perdura até hoje uma dificuldade muito grande para mulheres conseguirem ter acesso ao estudo que é um direito básico, é liberado, mas, existem barreiras provenientes da cultura lá instalada que distanciam as mulheres do conhecimento.


Bibliografia

Quais os efeitos do feminismo no Ocidente. (28 de Março de 2008). Fonte: wordpress: https://acheitudo.wordpress.com/2008/03/28/quais-os-efeitos-do-feminismo-no-ocidente/
AS TRAJETÓRIAS E LUTAS DO MOVIMENTO FEMINISTA NO BR. (31 de Maio de 2013). Fonte: IV Seminário CETROS : http://www.uece.br/eventos/seminariocetros/anais/trabalhos_completos/69-17225-08072013-161937.pdf
Primeira Onda Feminista. (2013). Fonte: InfoEscola: https://www.infoescola.com/historia/primeira-onda-feminista/
A história da primeira onda feminista. (17 de Setembro de 2017). Fonte: Carta Capital: http://justificando.cartacapital.com.br/2017/09/14/historia-da-primeira-onda-feminista/
Feminismo no século 21: quais são as novas lutas? (s.d.). Fonte: VILA MULHER: http://vilamulher.uol.com.br/bem-estar/comportamento/feminismo-no-seculo-21-quais-sao-as-novas-lutas-8669.html
A fatura da luta feminista que ainda está em aberto. (4 de 2015 de Novembro). Fonte: El País: https://brasil.elpais.com/brasil/2015/11/03/politica/1446587267_358938.html
Sexualidade E Feminismo. (s.d.). Fonte: wordpress: https://coletivomariasbaderna.files.wordpress.com/2012/09/nalu.pdf





[1] Alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Professor Edilson Souto Freire
[2] - Sojouner Truth,1981,Convenção De Direitos das Mulheres em Ohio


Um comentário:

  1. -Acredito que não dá para dizer que o movimento feminista inicia-se na Revolução Francesa. Podemos dizer que nesse momento se inicia uma discussão sobre os direitos das mulheres na sociedade contemporânea.
    -Belo texto!

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