quinta-feira, 23 de novembro de 2017

AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E OS EFEITOS NA REDUÇÃO DO ACESSO A ÁGUA E A POSSIBILIDADE DE PRIVATIZAÇÃO DOS RECURSOS HIDRÍCOS



Bruno Reis das Neves
Clecilene dos Santos
Dinéia Gomes Rodrigues
Gilmara de Jesus da Purificação
Juliana Santos dos Santos
Juliane de Carvalho Silva
Luana Anunciação Sena
Luiz da Conceição Pereira
Malú de Oliveira Vieira
Milena dos Santos Moura
Rafaele dos Reis Neves
Rogis Soares da Silva
Rosiane Rangel de Souza
Uiliane Santana Santos



RESUMO: Esse artigo irá analisar como as mudanças climáticas estão afetando o nosso planeta, como as consequências dessas mudanças modificam o nosso acesso a água e de que maneiras a privatização dos recursos hídricos nos prejudica.

ABSTRACT: This article will analyze how climate change is affecting our planet, how the consequences of these changes modify our access to water and in what ways the privatization of water resources damages us.

PALAVRAS-CHAVES: Globalização. Recursos hídricos. Sistema Capitalista. Privatização. Desastres naturais. Lençóis Freáticos. 


INTRODUÇÃO: No decorrer desse artigo responderemos as seguintes perguntas: Por que estamos vivendo em um colapso de mudanças climáticas? Quais as consequências da redução do acesso a água? E qual o papel do sistema capitalista na privatização dos recursos hídricos?





MUDANÇAS CLIMÁTICAS


Desde o choque das bombas nucleares no final da Segunda Guerra Mundial, inicia-se a discussão sobre o abuso que os seres humanos estariam exercendo sobre o ambiente em que vivem, ter domínio sobre a natureza seguia rumo a exterminação daquilo que durante muitos séculos os homens julgavam estar acima da sua capacidade.
Em 1950, os cientistas passaram a perceber os efeitos perversos da desordenada apropriação humana sobre o meio ambiente. O sistema de exploração dos solos mostra que a revolução industrial contribuiu bastante para contaminar o ambiente com dejetos de todo tipo.
Na década de 60, ONGs criaram o termo “ambientalismo” e a crítica do processo de civilização das relações e instituições humanas, e na década de 90 ficou por conta das empresas onde o capital privado passou a ter grande valor.
As mudanças climáticas em grande medida, são ocasionadas pelo aquecimento global caracterizado pelo aumento da temperatura terrestre, que se dá pelo chamado Efeito Estufa decorrente da concentração de gases como o dióxido de carbono obtido através da queima de combustíveis que se concentram na atmosfera, impedindo que o calor emitido pelo sol retorne ao espaço. O homem é o responsável por toda degradação vista no meio ambiente, é responsável pelo aumento das indústrias, desmatamento das florestas e poluição do meio ambiente de modo geral.
O ambiente natural está sofrendo explorações excessivas que ameaça a estabilidade dos seus sistemas de sustentação, como o esgotamento de recursos naturais renováveis e não renováveis.
Os recursos naturais não renováveis são aqueles que uma vez retirados do ambiente, não podem ser recolocados pelo homem. Como por exemplo: Petróleo, Minerais como Carvão de Pedra, Xisto, Ferro, Manganês, Cobre, Pedras Preciosas, a matéria prima do vidro (Sílica, Soda Caustica e Cal), entre outros.
Os recursos naturais renováveis são aqueles que podem ser recolocados na natureza, um exemplo disso é quando o homem retira da natureza os vegetais para a sua alimentação, ele deve plantar novos vegetais para a sua nova retirada, sem deixar faltar para a sua alimentação.
Outra causa para as mudanças climáticas é a emissão dos chamados gases estufas. Os principais elementos são: Dióxido de Carbono (CO2), que é gerado em maior parte pela queima de combustíveis fósseis; Gás Metano, que é gerado na pecuária e em aterros sanitários. Existe também a poluição das águas, no caso dos oceanos existem seres vivos responsáveis pela absorção de gás carbônicos e emissão de oxigênio como os Filoplânctos e Algas Marinhas. A destruição do seu habitat também pode interferir na dinâmica da atmosfera global.
Com o objetivo de aumentar o lucro, muitas áreas naturais foram destruídas em nome da urbanização e do crescimento, mas toda essa ganância tem um custo alto, que já são bem visíveis nos problemas causados pela poluição do solo, do ar, da água, trazendo assim a extinção de animais, a fome no mundo e um problema que vem assolando todo o planeta: A escassez da água.

EFEITOS DA MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA REDUÇÃO DO ACESSO ÁGUA

Como já sabemos a água é um recurso natural que ocupa praticamente 70% da superfície do planeta, porém aproximadamente 97% dessa água é salgada, então ela é imprópria para consumo, mais ou menos 3% da água é doce, sendo que 2,5% está em geleiras, então temos somente para consumo 0,5% de água. Mas como esses 0,5% estão sendo usados?[1]




Pesquisas recentes revelam que 748 milhões de pessoas não tem aceso a água potável e que 1,8 bilhões consomem de uma fonte inadequada, contaminada com fezes. O mesmo estudo mostra que 2,5 bilhões de pessoas não têm acesso a saneamento de qualidade[2].
Por causa da falta de recursos básicos como acesso a água e sistema de esgoto, milhares de crianças morrem por doenças trazidas pela água contaminada.
361 mil crianças com menos de 5 anos morrem por razão da derreia causada pelo consumo da água contaminada. Estima-se que mais de 90% da água usada em países em desenvolvimento, não é coletada e nem ao menos tratada[3].
Vejamos agora alguns países que estão sofrendo por conta da seca.
Djibuti- é o quinto país que está à beira da seca. Tem o clima seco e quente durante o ano todo. Esse país apresenta 150 mm de chuva por ano, número que é atingindo em São Paulo em apenas 24 horas. A temperatura é tão alta, que a água da chuva evapora antes de chegar aos lençóis freáticos, provocando uma seca extrema.
Iêmen- a sétima nação em risco de seca extrema. Os poços que abastecem esse país podem simplesmente desaparecer nos próximos dez anos. A oferta de água do Iêmen não está conseguindo acompanhar o crescimento populacional, que é considerado um dos mais elevados com 3,46 por cento em 2008.
Omã- as secas constantes e o limite de chuva aumentam ainda mais a pressão sobre o uso da água. A cada ano o solo se torna mais salinizado por conta das explorações desenfreadas e sem nem uma coordenação ás reservas subterrâneas de água doce, provocando a invasão da água salgada nos lençóis freáticos.
Egito- verões rigorosos e o custo alto das tarifas de água só tornam a situação cada vez mais complicada. Está faltando sistemas de saneamento e abastecimento de água. Em alguns lugares os dejetos são deixados a céu aberto, contaminando o solo e em decorrência disso os lençóis freáticos.[4]          
Agora falando de saneamento básico: 270 mil crianças morrem no primeiro mês de vida pela falta de condições básicas como água e saneamento em unidades de saúde. Mesmo com os governos tentando estabelecer melhoras, 2,4 bilhões de pessoas vivem em áreas sem qualquer saneamento. Mais de 1 bilhão de pessoas no mundo não tem nem mesmo acesso a banheiros. E no Brasil? 4 milhões de brasileiros estão sem acesso a banheiros[5]. Analisando todos esses dados, parece algo inacreditável não é mesmo? Se o mundo continuar desse jeito? Se as pessoas não se conscientizarem?
O IPCC[6] afirma a queda de 20% de água potável no mundo, afirma também que em 2100 de 1 a 3 bilhões de pessoas não terão acesso a água fresca e por consequência disso a fome vai aumentar.


PRIVATIZAÇÃO DOS RECURSOS HIDRÍCOS

O Governo Federal está empreendendo um amplo programa de privatização, o PPI[7]. Esse programa abrange diversas campanhas estaduais de saneamento. Poderá ser uma ameaça à universalização desses serviços no Brasil. Na contramão do que vem ocorrendo em diversos países, onde há uma tendência generalizada desses serviços.
O governo brasileiro tem acenado com incentivo para que o setor privado adquira o controle das maiores empresas de saneamentos do país.
Para atrair a iniciativa privada e o capital estrangeiro, o governo admite a necessidade de alterações no modelo atual de regulamentação da economia brasileira. Um exemplo disso é o que está acontecendo no Piauí. A companhia estadual de água e esgoto está organizando um projeto de lei para a venda das ações da Companhia do Espírito Santo de Saneamento, o governo federal decidiu que para receber ajuda financeira, os estados terão que privatizar estatais de água e esgoto, bancos ou energia.
A opiniões diferentes sobre esse assunto. Muitos empresários, governantes e donos de empresas de grande porte aprovam essa lei. Mas fundadores de ONGs, economistas e cientistas acham que essa lei só irá piorar as coisas.
Mas afinal para que serve a privatização mesmo? A privatização dos recursos hídricos foi proposta por algumas empresas privadas, que visam que tal privatização evitará o desperdício pois o indivíduo passará a pagar pelo recurso. Por outro lado, é defendido que a água deve ser tida como um patrimônio público e que o governo deve oferecer livre acesso aos recursos. A privatização do recurso irá reduzir ainda mais o acesso a água. As empresas privadas querem colocar o lucro acima dos fatores sociais e das necessidades humanas.


CONCLUSÃO: Vimos os motivos de cada situação colocada no nosso tema. Agora devemos nos perguntar: Por que o homem continua a depredar o nosso planeta terra? A resposta é bem clara: o homem sempre coloca o lucro acima dos fatores sociais e das necessidades humanas. O mundo só vai melhorar, se nós mudarmos para melhor.







REFERÊNCIAS SITES




REFERÊNCIAS VÍDEOS






 




   









[1] Estatísticas retiradas do site SAVEH Sistema de Auto Avaliação da Eficiência Hídrica  
[2] Dados retirados do site EBG Agência Brasil
[3] Dados retirados do site Instituto Trata Brasil
[4] Dados retirados do site Exame
[5] Pesquisa feita pelo Instituto Trata Brasil e pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
[6] IPCC- Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
[7] PPI- Programa de Parcerias de Investimentos

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